O Discreto Charme da Anarquia

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Local: Itabirito, Minas Gerais, Brazil

Dom Quixote sendo derrotado dia após dia por seus próprios moinhos de vento.

12 março 2008

Ansiedade( Para os deprimidos)

"E nenhum grande inquisidor tem prontas tão terríveis torturas como a ansiedade tem; e nenhum espião sabe como atacar mais inteligentemente o homem de quem ele suspeita, escolhendo o momento mais fraco, ou sabe onde colocar armadilhas em que ele será pego e enredado e nenhum juiz é mais esperto e sabe interrogar melhor, examinar, acusar como a ansiedade sabe, e nunca o deixa (a vitima) escapar, nem através de distrações, nem através de barulhos, nem se divertindo, nem brincando nem de dia, nem de noite."
Soren Kierkegaard, The Concept of Dread

05 fevereiro 2008

Era uma vez,... sem final feliz

Era uma vez um menino alegre, que via felicidade e beleza em tudo. Para esse alegre menino tudo tinha um gosto especial: desde um raio de sol que conseguia vencer a fresta de uma porta e iluminar o sotão escuro até os cantos estridentes e repetitivos de certos pássaros.
Até que um dia, o mal se aproximou dele e usando de todas as suas artimanhas conseguiu convencê-lo de que aquela história de amor era tudo conversa fiada, história para boi domir. Esse mal, a mesma serpente do jardim do Éden, conseguiu convencer nosso heróico garoto de que Deus nos usa como joguete utilizando como exemplo a história de Jó.... A sepente cuspiu na I carta aos corintios 13.1-12 e iludiu nosso menino descrevendo todas as mazelas e tristezas do mundo, incluindo as dores que o próprio menino sofria...
E o menino alegre foi ficando triste
triste
triste
Disseram que ele estava com depressão...
Mas quem o conhecia sabe que ele morreu foi de tristeza mesmo!!!

02 fevereiro 2008

Monte Castelo - Legião Urbana

Monte Castelo
Legião Urbana

Composição: Renato Russo (recortes do Apóstolo Paulo e de Camões).

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua do anjos
Sem amor, eu nada seria...

É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja
Ou se envaidece...

O amor é o fogo
Que arde sem se ver
É ferida que dói
E não se sente
É um contentamento
Descontente
É dor que desatina sem doer...

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria...

É um não querer
Mais que bem querer
É solitário andar
Por entre a gente
É um não contentar-se
De contente
É cuidar que se ganha
Em se perder...

É um estar-se preso
Por vontade
É servir a quem vence
O vencedor
É um ter com quem nos mata
A lealdade
Tão contrário a si
É o mesmo amor...

Estou acordado
E todos dormem, todos dormem
Todos dormem
Agora vejo em parte
Mas então veremos face a face
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade...

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua do anjos
Sem amor, eu nada seria...

27 janeiro 2008

Amigo

"Em todo o tempo ama o amigo, na angústia nasce o irmão".
Provérbios 17,17
(Obrigado por tudo irmão Wanderson)

25 janeiro 2008

Pilulas

Pilulas,
Pequenas, grandes, de tamanho médio...
Coloridas, multicoloridas...
Azuis, rosas, amarelas, brancas...
Um exército de pilulas multicoloridas
E um copo de agua...
Será que serão páreo para combater a escuridão de minha triste alma?
A resposta?
Continua a rotina pilulas, mais pilulas e um copo de agua.

No dia em que eu morrer...

Morrerei em uma noita fria e tenebrosa, tão feia quanto a faca que me corta o peito.
Morrerei por amor, morrerei de amar, morrerei de amor!
Eu sei disso porque foi a própria morte que me contou. E não há como fugir desse destino... (Paulo Coelho já disse algo a respeito disso, he...he...).
Deixarei pouco mais que a minha dor para que se lembrem de mim!
Deixarei bem mais do que levarei e quem qiser se arriscar...
Pode ficar com a minha sorte!!!

Ladrões deprimidos...

"Quando estamos deprimidos, parece que sem querer roubamos a dor de cada um que se aproxima de nós.

Irônica realidade: De certa forma, nós, os deprimidos estamos colaborando significamente para um mundo mais feliz.

Claridade

Tive a sorte de ler esse pequeno conto contido, como a mesma autora o denomina, durante a internação em um hospital, graças à ajuda de um enfermeiro. Taí Daniel, valeu, grande abraço:

"A mulher chegou para o marido com o rosto completamente iluminado e ele se irritou porque há muito tempo se esquecera como e onde se acendia aquela luz. E por mais que se esforçasse, não conseguiu se lembrar.
A mulher iluminda foi se deitar e o marido passou a noite sem dormir porque se acostumara ao escuro."

Maria Lucia Simões
(Contos Contidos)

21 outubro 2007

Sobre deixar de viver

Quando se toma consciência do que é a morte, quando o medo de perder a vida vai embora, o que sobra é um pavor imenso de deixar de existir. A certeza de que somos imortais para aqueles que nos amam é destruída pela simples menção da frase: "A vida continua."
Palavras de conforto tem a pretensão de apagar anos e anos de convivência, lembranças boas, ou até mesmo ruins, mas que fazem parte de uma história. E acabam conseguindo. Aos poucos a dor vai embora junto com a lembrança da pessoa que morreu e que será lembrada eventualmente, quando passar na televisão aquele filme que adorava ou então quando tocar a música que o falecido - assim será conhecido de agora em diante - gostava.
Velhos amigos da família ainda enxergarão a perpetuação daquele que se foi nos filhos devido a alguma semelhança física, do nariz grande, passando pelo corpo magro ou até aquela quase imperceptível mancha perto da orelha. E assim, aos poucos, os velhos amigos se vão e os filhos, que não querem se parecer com os pais, esquecem por querer essas semelhanças e então o fim se aproxima.
O túmulo esquecido já não recebe flores nem visitas...
Nada agora poderá trazê-lo de volta. Se tiveres feito um filho, já não será mais seu, pertencerá ao mundo. A arvore que plantou será arrancada para dar lugar a uma moderna construção. Se escrever um livro, com certeza não saberão lê-lo.
Não tenho medo da morte. Embora não queira deixar de viver, sei que é tão inevitável quanto o esquecimento. Mas porque chorar o esquecimento se a lembrança não será capaz de trazer ninguém de volta à vida?
Então que pelo menos exista um céu, para que realmente possamos descansar em paz.

Lamentações [2]

Eis o que sobraram dos meus sonhos.
Apenas uma saudade daquilo que eu poderia ter feito, daquilo em que eu poderia ter me tornado. Se tivesse outra chance encontraria uma maneira diferente de errar. Todos os caminhos levam ao mesmo lugar. Falta ousadia para tentar construir uma outra estrada. O medo de enfrentar o desconhecido esconde o verdadeiro monstro dentro da comodidade. Sei que ainda há tempo, mas a magia de enxergar além da linha do horizonte teve a sua chama apagada pelas decepções. É preciso encontrar uma maneira de despertar o sonhador que existe dentro de mim e com ele criar um realizador que jamais existiu. Criador e criatura, sonhador e realizador, tão diferentes e ligados da mesma forma por um cordão umbilical tão longo, que esticado impede que um possa ver o outro, embora mantenha a esperança de que um dia possam estar juntos (novamente?)

Ressuscitando...

"Eis porque choro
E manam lágrimas de meus olhos.
Ninguém a meu lado me consola
Nem alenta minha alma."
Lamentações 1,16

02 setembro 2006

Moral da história...

Depois da estréia da peça "Orestes" de Voltaire, uma senhora escreveu ao autor uma carta de quatro páginas criticando severamente a obra. Voltaire respondeu-lhe apenas: "Minha senhora, Orestes não se escreve com H."